O protótipo lusitano

Publicada por Maverick | sexta-feira, agosto 21, 2009 | 0 comentários »



Joaquim Silva, 38 anos, 9º ano de escolaridade, casado e pai de gémeos, foi despedido do supermercado da esquina, onde teve o seu primeiro e único posto de trabalho. Repositor quase graduado no supermercado do sogro, estava habituado ao trabalho sem muitas chatices, das 9:00 às 18:00 horas, até que o supermercado não resistiu aos frequentes cortes de trânsito e à colocação de parquímetros no centro da cidade.

Engordou doze quilos após quase três anos a viver do fundo de desemprego. Por se tratar de um homem de carácter e de muitas responsabilidades achou que era altura de deixar de viver do dinheiro dos contribuintes.

Após várias candidaturas, nas quais confessava dominar até línguas estrangeiras (Inglês, Francês e um pouco de Espanhol) deparou-se, num jornal local, com um anúncio para empregado de loja de um super com S grande, o Lidl.

Depois de polir o fato, usado pela última vez no seu casamento, lá foi ele. (Permitam-me este aparte para revelar que o nosso protagonista apesar de não os vestir com frequência, considerava que o seu ainda estava para as curvas). Passou na entrevista com dificuldade, apesar de existir grande empatia entre o seu sogro e o chefe de zona do super.

No final do primeiro dia de trabalho chega a casa completamente aturdido. Percorreu dez funções. Começou em beleza com a apresentação do local de trabalho e terminou em beleza com o espanador e detergentes na mão a limpar as sarjetas do super, por sorte um dia de pouca afluência.

No segundo dia estavam planeadas para ele as seguintes tarefas: limpar o parque de estacionamento, retirar dos cestos a fruta e as leguminosas em estado pútrido, fazer a caixa e a limpeza das sarjetas novamente. No seu íntimo, pensava que o super tinha os dias contados. "Gestão alemã! Espetem-me com a gestão alemã nos ... - comentava com a esposa."

Sempre contrariado, sobreviveu à primeira semana de trabalho. Os tempos foram passando e aguentou-se por lá seis meses. À primeira oportunidade de se esgueirar ele aproveitou. Saiu pela porta principal com um sorriso nos lábios e no pensamento uma ideia, que lhe foi passada por um economista seu conhecido. " Estado de direito o tanas. Quero é Estado social."


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Uma questão de Atitude

Publicada por Maverick | domingo, agosto 02, 2009 | 0 comentários »


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