Uma das poucas vantagens da crise actual é o facto de ter alertado as pessoas para o fenómeno económico. Este caracteriza-se por, em fases anteriores a momentos de crise, disponibilizar crédito massivamente. Como todos sabemos, o objectivo é expandir margens de lucro sem olhar a meios. Isto causa incumprimento de contratos, passando os bens para a posse dos bancos, podendo ser vendidos novamente. Na especulação imobiliária encontramos o pilar da crise actual. O preço dos imóveis foi sobrevalorizado na celebração de contratos de empréstimo. Não obstante a diferença de valores ser da responsabilidade das entidades bancárias, não serão estes a pagar a factura. O Estado é, facilmente, colocado entre a espada e a parede. Falências, desemprego, instabilidade social são, de todo, indesejadas. Ainda mais em tempos de crise e eleições. Isto possibilita, obviamente, irresponsabilidade e, pior de tudo, impunidade. A solução é sempre a mesma. Voltamos a Keynes e ao "proteccionismo" do Estado.O Estado resolve todos os problemas, com o (in)conveniente de a factura da crise ser suportada sempre pelos contribuintes.
Será que necessitamos de mais Estado ou de mais Sociedade? Esta questão é levantada na crónica do Expresso de 03/ 01/2008, escrita por Sofia Galvão. No seu entender, "mais Estado significará mais promiscuidade, menos transparência, mais nepotismo". A única forma de contornar isto é construir uma sociedade mais capaz. Capaz de aumentar "a capacidade de iniciativa, de talento, de criatividade e inteligência". Subscrevo totalmente a sua opinião. Trata-se de uma maneira sintética de descrever a dinâmica da nossa sociedade.
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